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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2008

ESPONTANEAMENTE

E spontaneamente És o braço amigo que se suspende à toa por cima do meu ombro A colcha rica da erva onde descanso Pensamentos de amor, suco de amor, odor de amor, produção de amor És a seiva trepadeira sobre o meu escombro, remanso Braços e mãos de amor, lábios de amor, polegar fálico de amor, peitos de amor És a terra do amor puro, vida que só é vida depois da dor És a manhã suave, húmida e encharcada És o cheiro da madeira das primeiras chuvas da madrugada És o braço que se inclina através e abaixo da minha cintura O cheiro de maçãs e latido de vidoeiro e sabor de uvas A folha viva que gira o seu giro em espiral e cai O elixir do líquido límpido dentro do homem jovem sem cura A corrosão tão pensativa e tão dolorosa O tormento, a maré irritável que não será paz jamais Do homem jovem que acorda profundamente à noite A mão quente que busca e reprime o que o domina A noite amorosa mística, as visões, os suores, o pulso Embebes sobre mim o mar, como estou disposto e nu A incontinência de

UMA HARPA TAMANHO DO MUNDO

E spero sereno neste cantinho do palco Não me incomodo com a economia dessas canções Caído que estou no lugar onde tudo é música de fundo A arranhar notas de flauta subidas na atmosfera E a tocar uma harpa tamanho do mundo No enredo fantástico da história da tua ópera Num jogo de cantos e instrumentos oculto Essa arte de canto é a espuma do mar Vem de uma pérola esse movimento gracioso, adulto De algum lugar no andar dos mares do sul Os poemas conseguem ser pedaços de madeira flutuante ao longo da praia, querendo! Eles derivam de uma raiz lenta e poderosa Em que não consigo flutuar e me vai perdendo Pára com as tuas palavras e o teu canto agora Abre para mim a janela no centro do seu peito Despe-te desse vil preconceito de diáspora Mostra-me nas tuas canções que eu faço o teu jeito Foto: Sax Potiguar - Ricardo Lopes - Mossoró Rn ( olhares.aeiou.pt )

UM SILÊNCIO FEITO VERSO

V agueio por florestas inacabadas e bato a várias portas de vários segredos À porta do silêncio bato forte em voz alta e insisto com murros persistentes E nas portas do espaço aberto, os meus olhos agitam-se para te falar, mas os períodos de calma roubam-te de mim, e em sussurros ensinam-me a tua língua entre dentes Com a voz que nasce da liberdade recém-nascida, temo falar Na minha pequena câmara da tranquilidade só falo com a voz do meu silêncio Para que o meu silêncio, eloquentemente converse comigo E não me consiga calar: Pássaros brancos no mergulho oceânico, delicadamente Um mar sem som e um céu mudo Azul no azul fixado silenciosamente Cor de céu de tom agudo Identificado com silêncio ilimitado Desajusto o ajustamento do universo Num discurso bem guardado De silêncio feito verso Consciente e solitário, imortal e infinito Reúno todas as coisas do meu coração E parto à procura do silêncio não dito Nos versos de uma silenciosa canção Foto: Defeitos Comtemporâneos - Nuno Sacramento (

O DESTINO DOS DIAS

S ão dias iguais aos dias diferentes Os que passam por mim a adiar São dias diferentes mas dias iguais Os que suspendem o meu respirar São dias impossíveis de serem iguais Aos dias diferentes de todos os dias De diferenças meramente artificiais São dias de coisas somente vazias Vazio de dias sempre impossíveis De preencher o oco dos dias diferentes Soma de dias abstinentes De adiamentos impreteríveis Dias de destinos incompatíveis Com as igualdades dos dias diferentes Com as diferenças indefiníveis Da igualdade do destino dos dias Somam-se as diferenças da igualdade E temos dos dias iguais O somatório da verdade Foto: ... - Carlos Vilela ( olhares.aeiou.pt )

MIL VIDAS

S onos, sonhos, beleza brilhante São pequenas tristezas que se sentam e choram São mágoas recalcadas de vida farsante São desejos suaves que já foram Alegria secreta e sorriso secreto São sorrisos que roubo de manhã De um sonho sonhado em dueto São da mente a mais fina artimanha Em fantasias que se vestem de verdade Mil vidas passam nos meus sonhos Mesmo nos sonhos contra a minha vontade Foto: O Vespão - Carlos Mendes ( olhares.aeiou.pt )

POEMA INCONDICIONAL

S e sou Lua serás luar Se sou água serás a chuva Se sou dia serás o Sol Se sou mão serás a luva Se sou noite serás farol Se sou igual serás diferente Se sou mentira serás verdade Se sou pensamento serás a mente Se sou virtual serás a realidade Se estou aqui estarás ausente Se sou bom serás a maldade Se sou amargo serás mel Se sou doce serás fel Se sou preto serás branca Se sou branco serás transparente Se quero ficar sozinho Queres estar com toda a gente Se sou casa serás a rua Se fores minha serás tua Se secares ficarei molhado Quando foges fico aqui Quero só estar ao teu lado Se és árvore sou a sombra Se és dinheiro eu sou a compra Se o teu dinheiro é pouco Mesmo assim serei teu troco Se sou calmo és agitada Se falo ficas calada Quando rio ficas séria Não dás uma gargalhada Se és corpo sou teu vestido Se és culpada estou absolvido Se me amas quero-te Se me queres choro-te Se me choras odeio-te Se me odeias adoro-te Foto: 229 - Sun&Moon - ( olhares.aeiou.pt )

EM CADA AMANHÃ

E m cada amanhã há um hoje para esquecer Em cada hoje há um ontem para lembrar Das sombras do sul e do norte E as nuvens do vento passaporte Da natureza nobre, dos dias sombrios Há também a grandeza da sorte Da sorte de poder ser e viver agora De poder ver e ler a metáfora Da nossa vida e da morte Todos os contos encantadores que ouvimos ou lemos Que falam e cantam A rocha batida que jorra Um amor encerrado na masmorra O aço pisado que salta Uma paixão na ribalta A luz etérea do luar De um adeus a acenar De flores das Primaveras De um mundo de quimeras Que deixam na boca o gosto amargo Da laranja agridoce Que falam de uma vida de hoje Como se ontem nada fosse Como de a alegria fosse o correio da dor E a paixão o correio do amor Foto: a porta - simao pereira de magalhaes ( olhares.aeiou.pt )

PÁGINAS SOBRE O MAR

Fico quieto e mudo deste lado do horizonte Deste lado do mar de todos os dias Onde ser enrolam as ondas do mar sem laços Onde perco os teus abraços Onde cruzo o silêncio de um mar sem chão Com a sombra dos braços teus Que acenam um claro mas cinzento adeus Uma vela, um barco ao longe, navegar de solidão Encalhado numa praia onde não chegam as ondas Desfazem-se fora dos olhos em voltas redondas Onde verto em câmara lenta desgostos de não te olhar Dava a vida toda para te ver chegar descalça sobre o mar A viver deste lado do meu poema A fazer-me companhia Na construção do simples morfema A beberes comigo a palavra fugidia A desfolhar comigo as páginas do dia Seres em carne e em paixão A vida da minha poesia Foto: emotional winter - grENDel ( olhares.aeiou.pt )

PÁSSARO DE ÁGUAS DOCES

Nos dias distantes, quando cada dia era mais longo O medo caiu sobre mim e o medo foi forte Antes que eu tivesse aprendido a recompensa da canção Nos dias escuros tremi (sabia!) de sorte Os perigos, perplexidade - o que posso encontrar? O arco-íris no seu céu de sonho E na noite, muitas estrelas a fascinar Coisas escuras inalteradas na luz de dia Como se de noite de luar fosse Mar de estrelas como um lago onde amei na chuva doce Um dia lá vi um pássaro, um tordo negro elegante Sabia onde ele andou, tal como ele sabia de cor Silencioso, ele foi, e ainda pareceu cantar Canções de crianças e Primaveras de amor Era um pássaro das águas doces que eu conhecia Foi profundo e doce como uma canção Que veio da névoa da manhã tardia Não posso imaginar - a que distância, ele voou em vão Pois sei que voltará às minhas águas doces Numa tarde de Verão Foto: Notas soltas... RAPHAEL o pensativo ( olhares.aeiou.pt )

UM SONHO DE SER... (A minha singela homenagem ao Dia Mundial da Poesia)

Não há legendas de fundo neste meu sonho Não posso ler a poesia que nada naquele mar além das palavras Sinto-me sem razão de ser poeta (uma espécie de inaptidão) De não conseguir cavar bem fundo na raiz da poesia De não ferir com as farpas da poesia o coração De não ser poeta ao menos por um simples dia Perecem longínquas as palavras que não consigo ainda escrever Que não consigo sequer ainda perceber São palavras que picam e arrefecem nas minhas mãos Como um ouriço apertado para morrer E por isso são palavras difíceis de dizer e de escrever De sair das minhas mãos e da minha ideia De escorrer nas minhas folhas brancas Como pequenos grãos de areia São antes palavras em brasa escaldantes Impossíveis de usar ainda de forma correcta Para que possam ser lidas e sentidas Nas legendas em verso do sonho de ser um dia: poeta Foto: Palete de cores - Sandra Silva ( olhares.aeiou.pt )

MENINO OUTRA VEZ

Voltava agora a ser menino outra vez A olhar o pôr-do-sol naquela charneca dourada Voltava agora a ser menino outra vez Só para não pensar na dor de mais uma alvorada Amanheço… Entardeço… Anoiteço… Voltava agora a ser menino outra vez Não é muito o que peço Voltava agora a ser menino outra vez Só para não sofrer esta dor que habita em nós Só para não ter que ouvir ao longe A melodia da tua voz Amanheço… Entardeço… Anoiteço… Voltava agora a ser menino outra vez É apenas o que mereço Num ritmo circadiano de absurdez Nesta eterna infância sem maldade Amanheço… Entardeço… Anoiteço… Finto veloz a idade Para voltar a ser agora menino outra vez E desfrutar de um amor volátil Na minha pura ingenuidade Amanheço… Foto: Nas asas da brincadeira - Daniel Oliveira ( olhares.aeiou.pt )

FELIZ ASSIM...

Fica perto de mim quando escurecer Quando o meu sangue se arrastar pelos caminhos do corpo Como um maníaco que espalha o pó Sem que alguém dele tenha dó E uma fúria que cospe chamas Quando o meu corpo estiver a arder E minhas memórias apenas fotogramas Fica perto de mim quando a minha fonte secar E esquecer os homens, as flores e as aves da última Primavera Fica perto de mim na escuridão do luar Faz de ti a companhia da minha espera Fica perto de mim enquanto me desvaneço E escureço no espaço oco da minha esfera Fica perto de mim e faz-me apenas Feliz assim… Foto: Fios de luz - Paradiigme (olhares.aeiou.pt)

MANEQUIM

Vida vã de perguntas recorrentes De trens infinitos de infiel e louco amor De paixões de vida perfeitamente insolventes Serás para mim sempre a repreensão Dos meus olhos cegos que vaidosamente almejam a luz Nunca serei teu nobre escanção Dos anos vazios e inúteis do resto Com o resto em mim entrelaçado Vida, junto ti nobremente protesto Pelo sorteio com que me atribuíste O meu pobre fado malfadado E pela distracção com que de mim Estranhamente te abstraíste Sou nas tuas mãos apenas um manequim Fazes de mim tua derrota Tua vã glória de mandar Teu soldado de terracota O teu sorteio não mereço Mas solenemente te obedeço Foto: Under my umbrella... Daniela Vasques ( olhares.aeiou.pt )

VOO DE VERTIGEM

Uma voz de fora deste mundo de lembranças Convida-me a não esperar mais por ti Aqui sozinho amarrado de pés na lama Preciso das tuas asas de indagações e esperanças Preciso que me leves a voar na tua nuvem Que me apertes fundo as mãos e o coração E me leves a voar num voo de vertigem A esse lugar verde e silencioso, entre as colinas da solidão Leva-me onde nenhuma cotovia alguma vez cantou A esse lugar banhado pela névoa, fresco e delicado Na tua invasão, e o trovão e o grito (uivado) E conflito indeterminado – leva-me agora mesmo Leva-me à tua ilha nativa Ao teu esconderijo de noites de deriva Sem desculpas ou contingências Sem ordens ou exigências Sou teu soldado e tua estiva Espero a tua nobre guarida E sair desta guerra surda sem uma ferida Mas com teu amor entre os meus segredos E viver nesse recanto sozinho contigo Meus gritos, meus desejos E meus medos… Foto: E nunca me disseram o nome daquele oceano... - Mariah ( olhares.aeiou.pt )

ESSA MENINA BONITA

Como essa menina bonita que dançando na praia Ensaia nos seus passos a dança dos meus olhos Como a menina dos seus olhos cor de papaia Que no seu cantinho de areia mandam sorrisos aos molhos Como a paixão que transpira do seu corpo Como a alegria com que me contagia Com a tranquilidade com que sorri ao piropo Fica-lhe bem esse ar de respeito em jeito de catraia Com a mesma energia com que saltitas fora do teu mar Assim também ficas com toda a praia a teus pés Olhar-te brincar assim feliz faz-me acriançar E pensar como seria tão bom Poder contigo dançar Nas praias das tuas marés Foto: Suavidade Sensual - Brunolopa ( olhares.aeiou.pt )

PALAVRAS EM IMAGENS 9

...para além de uma prisão há sempre um jardim... Foto: Raul Cordeiro (Vila Viçosa - Portugal, 2007)

A NUDEZ DOS TEUS DESEJOS

Como estás? Cheguei agora mesmo de te amar Sim, vim sozinho Saí enquanto dormias o teu sono No sonho convergente desse caminho Quando saí havia o silêncio Do sono reparador dos justos amantes E antes que pudesse olhar Sentia quase na minha mão Teus pulsares constantes Confesso que ainda não me recompus Dos teus doces beijos Que me fizeste provar para além Da nudez dos teus desejos Deixa-me agora pensar como vou esconder também A nudez do meu sentir Como vou pintar o corpo da minha imaginação Na palma da minha mão Foto: smrk -Thorsten Jankowski ( olhares.aeiou.pt )

TEU SORRISO É MAIS LEVE QUE A LUA

Teu sorriso é mais leve que a Lua Tua voz tem sabor a rebuçado Teu corpo faz de jardim da minha rua Teu beijo tem esse sabor melado mas amargo Da tristeza com que te ris do meu nome Dos gritos imersos nos teus recados Da saudade que o teu corpo deixa atrás Dos beijos que não me dás Foto: um palco à tua altura - ABrito ( olhares.aeiou.pt )

A PALAVRA MAIS DOCE

Teu nome na minha língua é a palavra mais doce A minha palavra escolhida, tua voz bela e distante A tua face escondida, meu despertar precoce Olhar-te e sentir-te, o meu sonho constante Teu sussurro no meu ouvido, meu sonho sonhado A brisa breve do teu vestido vermelho, meu delírio alucinado Tua boca chamando o meu nome, meu sonhar algemado Tuas mãos de carícias, meu eterno martírio adiado Foto: Just orange - Rui Manuel Figueiredo ( olhares.aeiou.pt )

O MEU LUGAR É NA TUA POESIA

Reparo agora que o meu lugar é na tua poesia Onde me alimento e acordo para o dia Onde o meu acordar é um sono inverso Onde leio e releio no teu corpo o verso Como a flauta com que me adoças a boca Vejo agora mais claras estas linhas cantadas Tua música suave transpirada do teu corpo Preenche em mim uma pauta de vida oca E assim cantada esta breve canção na tua voz Em letras de versos caídos da tua árvore Que agarro firme e ensaio nos teus ramos Ensaia comigo essa dança de folhas ao vento Ensina-me, quero aprender os teus caminhos E faz com que a minha letra Seja da tua música O mais simples alimento Foto: ... - grENDel ( olhares.aeiou.pt )

NÃO SER...

Leva contigo o meu beijo na tua face Vai serena, a minha esperança com ele Porque será que se desfaz tudo o que toco? Tudo o que falo, digo e penso Um só dia assim de ti suspenso Faz-me pensar que até nas minhas palavras sufoco Tenho pena de não ser o teu barco na baía Não ser o teu Sol da manhã Que acorda o teu novo dia Não ser a tua gota de chuva pequenina Que olhas da tua varanda Não ser o teu sonho, a tua demanda Não ser a tua paixão clandestina Que dessa vida te amotina... Foto: Day End # - Tiago ( olhares.aeiou.pt )

OS TEUS PASSOS DE MULHER

O passo largo do teu passo Que me guiou em criança No alcance da minha admiração Uma mulher feita esperança O palmo dos teus quadris O cacho dos teus lábios E teus beijos febris És mulher Fenomenalmente Mulher fenomenal Somente És tu… Foto: Pat... - DDiArte ( olhares.aeiou.pt )

ADMIRARÁS AS MINHAS LÁGRIMAS NO TEU CHÃO

Declaras que me vês vagamente Por um vidro onde não brilha a imagem Os meus tambores malham na mesma mensagem E os meus ritmos nunca se modificam Anuncio que os meus caminhos são arrojados Que vou voar do homem ao homem Se sou somente uma sombra para ti Mudarei a minha imagem Limparás a tua torpe visão Admirarás as minhas lágrimas no teu chão Ouvirás o tempo tão inelutável Ouvirás o batimento do sangue na minha veia Numa dança formidável Com os teus olhos na minha plateia Sim, os meus tambores batem à noite E os meus ritmos nunca se modificam. Foto: Liberta-te - Ruben Graça ( olhares.aiou.pt )

A MINHA FACE E O MEU FADO

Um dormir bocejante Cobre de nevoeiro a minha visão de ti E o teu andar elegante Mascara a minha fábrica de realidades Modifica a minha face e o meu fado Traz da penumbra as verdades E nesse amor arrogante Com que me perturbas Fico deveras abusado Por tua verdade real Por teu corpo e tua fala Apetece-me ter para ti, às vezes Um instinto animal Calar tua voz de revezes Que me fura como uma bala E tapar teus olhos raiados De chorares na tua dor A dor do nosso amor Foto: s/t - Lili ( olhares.aeiou.pt )

NO MEU SILÊNCIO...

No meu silêncio profundo evito ser vítima de ignorância e estou convencido de que um homem nesta terra é capaz de conseguir subir alturas, ter pensamentos transcendentais, ter delírios divinos, enfim de ter substância que contagia a sua alegria e os seus horizontes e lança pontes entre os êxitos e os fracassos mas não amplia os seus defeitos antes os transforma numa força indomável qual chama que aquece o desespero do seu mundo e desperta luzes interiores. Foto: Os caminhos da mente - Bruno M. Ramos :) ( olhares.aeiou.pt )

CANTOR DA VIDA

Esta arte de cantar português Vem célere na espuma do mar Vem da alma de um marinheiro andejo Escrita melodia de espuma em tuas praias Rima de uma vida de poeta de mim Que em seus versos ensaia um solfejo Esta arte de dizer por palavras soltas Toda a vida num breve instante É vício de escrita e vício falante De deixar nos papiros desta vida As suas voltas e reviravoltas Esta arte de escrever Imagens de uma vida feita de pressas De cumprir em seus versos Algumas das suas promessas Fazem do poeta um cantor de cantigas De ouvidos e vozes amigas Fazem de sua escrita de verdades Arauto das boas vontades Esta arte de ser assim cantor da vida Numa canção sem medida Foto: ...azul...Bruno Abreu ( olhares.aeiou.pt )

PALAVRAS EM IMAGENS 8

a vida pode sempre ser uma alegre viagem... Foto: Raul Cordeiro (Zurique, Suiça - 2007)