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A mostrar mensagens de janeiro, 2014

As minhas pontes

Há no encanto das flores Uma ponte de mim para mim Uma garra geológica Pouco lógica Como se a poesia que escrevo Viesse em monte Em onda trágica Tornar-me seu servo E da ponte emergem dois fins E dois princípios, e um meio E um receio...

Há histórias fantásticas

Adormeci hoje a pensar que acordava daqui a uns anos Num apeadeiro nas crateras da Lua Onde das estrelas caíam palavras Que faziam um texto de uma frase nua Onde, no Mar da Tranquilidade As pessoas perdiam a idade Onde não se criavam raízes E podiam ser eternamente felizes Onde por entre naves espaciais Voavam borboletas e flores magistrais Pássaros Fénix imortais E aí esperava por ti Da tua carreira regular de Vénus Com escala breve por aqui Fato espacial branco cru Por cima de um corpo nu Olhaste e vieste a mim Onde os semáforos espaciais eram folhas de plátano Que só mudavam de cor nas estações siderais Onde o tempo era imponderável Mas o solo pouco arável E por isso as flores cresciam no ar sem ar E não podiam parar a idade Nem a força da gravidade Foste breve no olhar mas lenta no respirar Rarefeito o ar e o teu escutar Tinhas pressa do espaço e da sua arte Das velocidades de anos-luz Dos cruzamentos com Marte De um voo espacial nocturno Com passagem

versos azuis (republicação com foto do João Carvalho)

Escrevo hoje versos azuis Enquanto choram os olhos E cantam os dentes e os lábios Escrever um verso azul É mais que um momento de poesia É meu Suave, quieto e quente Suor literário do sul Foto: João Carvalho 

Tecer a vida (Republicação)

Quando a nossa vida É tecida no tear do tempo Alvora a eternidade E em laçadas de fios de prata Um olho hábil Constrói a nossa figura social E nossos sonhos em cascata Surgem tecidos em tom natural Numa bitonalidade Entre o amor e o ódio Entre os tons cinzentos ou coloridos De um breve episódio Numa alegre ou triste remexida Desse breve tempo A que chamamos vida * Foto: João Carvalho