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A mostrar mensagens de junho, 2011

É ser boca dos animais

Foto: Carla Cordeiro Escrever  Deixar escrito É deixar para outro dia a morte Dos versos E dos inversos É ser boca dos animais E quando preciso Das árvores sorriso Escrever é egoísta Uma escrita Quer ser adorada Não desiste de habitar Tudo e nada Uma escrita não envelhece Apenas esmorece Quando passam dias E dias e dias Que ninguém lê Um poema não fica velho Porque ser velho É não poder recuperar um dia perdido E um poema escrito Poderá ser Sempre lido

Ser eu (português)

Foto: Raul Cordeiro Afilam-se as formigas ao pote Neste país oficina casa velha Por modéstia amo um país Que se deixou agora Agarrar de cernelha Darei voltas numa cama de insónia Sonhado ser mentira Ou menos verdade Um sonho que na modéstia se diluíra Sonho poder ser Apenas deste país Um comum freguês Ser português

Vestidos despidos

Raul Cordeiro