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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2010

Vivo

Tu que sabes tanto de tudo Que sabes mais de mim Foge do fundo Que o mar não é tão bravo assim Tu sabes tanto Das lágrimas e dos prantos Foge do mar Que nele estão meus encantos Tu que sabes das letras Do papel e do livro Foge de mim Que sou perigoso Vivo

O MEU ESPAÇO VITAL

Nunca tive nenhum interesse especial Em ser especial Apartes da vida num tom espacial Interesseiro mas justo Quero o espaço vital E a imortalidade despida De gestos da vida material Interessam-me os olhos pensantes Os lábios sorridentes Interessam-me as mãos E os sonhos, os sonhos E o desejo, e o beijo Interessa-me a ideia de uma lua maluca Difusa, confusa Interessa-me o meu e o alheio O resto odeio A história e o episódio A raiva e o ódio Interessa-me que me interessem O nome que chamo Interessa-me quase tudo O resto eu amo

árvores

Se eu for contigo agora Esta árvore que é meu encosto Murcha e chora Se eu ficar aqui agora Esta árvore que é meu encosto Murcha e chora Se eu chorar e murchar Por não ir contigo agora Se eu chorar e murchar Por não ficar aqui Murcho e choro De viver só, sem ti

Dores e ossos

Era já noite nos meus olhos E dia, alvorada nos teus Madrugada nos meus Enrolados os olhos Dores agudas no corpo dos ossos Pálpebras caídas aos folhos Meio-dia nos teus Meia tarde nos nossos

PODIA TER SIDO UMA HISTÓRIA ASSIM

Era a atitude, a pose, os olhos claros Fulminantes de um bom sossego Era a alma, aura azul da cor do céu Era sentir o desassossego Dos muros da idade debaixo do véu Era a atitude, a voz e o silêncio Silenciadores dos gritos Era a alma, aura azul da cor do céu Era sentir risos aflitos Do teu olhar vigia do meu Era a atitude, as mãos e os risos Afagadores dos frios Era a alma, aura azul da cor do céu E ser salvador e naufrago dos rios Era a atitude, os laços e os passos Serenas pegadas leves Era a alma, aura azul da cor do céu Acenos de adeus breves Era a atitude, os sorrisos e os abraços Afagados e apertados Era a alma, aura azul da cor do céu Era sentir as madrugadas Acordar do sonho E levantar o véu Foto: Raul Cordeiro (Ponte de Lima, Agosto 2009)