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Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2011

O último pedido (ao novo ano)

Preciso do teu desenho, da tua projecção Do teu perfil, das horas dos teus dias Preciso do teu cheiro a chá de menta Das rosas dos teus segundos da tua fantasia Preciso que pintes os olhos de magenta A primeira cor do universo Que pintes dias, horas e segundos E te deixes levar na poesia deste verso Preciso que passes para te perder Ou apenas para ter saudades tuas Preciso que estejas ausente para te ver Preciso que chegues para te esquecer

EGOSURFING VI (EGOGOOGLING) - A VIDA DAS PALAVRAS NOUTROS SÍTIOS

No Dia da Poesia de 2010 Do outro lado do Atlântico

Compêndio do medo (letra de música)

O medo é a linha que separa O teu mundo do meu A minha existência é pouca e rara O meu destino incompleto sem o teu Sou apenas um homem simples Traído pelas árvores e pelos pássaros Parvo e louco de ciúmes Em edifícios pouco claros O medo é essa coisa absurda De língua amarga e afiada Faladora, tagarela e linguaruda De garganta fria e cansada O medo é a linha que separa O teu mundo do meu A minha existência é pouca e rara O meu destino incompleto sem o teu

Deolinda (Quando chega o Natal)

Outro Natal (outros Natais)

Somos construídos de pouca matéria e muita memória De pouco presente e muita história Deram-nos braços para abraçar Beijos para beijar Mãos para dar E um berço de palha para adorar Somos desde sempre fanáticos por estrelas Por caminhos e preces Pela esperança de um dia Pela luz da poesia Nascemos todos os anos no mesmo dia Natal E morremos os outros dias, todos Levantamos e baixamos os braços Dormimos em silêncio Pouco olhamos as estrelas Esmorecemos aos poucos Cavamos túmulos e escrevemos poemas Apregoamos grandes lemas Mas nem usamos os braços para dizer adeus Nem bem nem mal Esperamos quietinhos Outro Natal

Camané (Já não estar)

Naufrágio

A vida trouxe-me breve Para este lado do teu mar Por isso não consigo É impossível Sem ti naufragar Escrevo nessa vela ao vento As coisas do futuro Guardo bem guardadas As lembranças Num local pouco seguro Assim é meu coração Aberto e imaturo Ferido pelas tuas setas Mole, doce e puro A vida trouxe-me breve Para este lado do teu mar Por isso não consigo É impossível Sem ti naufragar

Poema suavezinho

OUVE Vou dizer-te baixinho Com todas as letras Com jeitinho Com suavidade Devagar Sem maldade Respira fundo Mas não morras incinerado No álcool que bebes Nem mates de uma vez Todas as tuas sedes Que eu quero dizer-te Enquanto ainda ouves Com todas as letras Que se empinam à saída da minha boca Que a vida é um desperdício Quando damos tiros em alvos errados Que seres assim é uma perda E se continuares assim ...

Silêncio, por favor

Foto: Raul Cordeiro (Madeira, 2011) Silêncio, por favor Calem-se todos Mesmo os que calados estão Se apenas há silêncio onde não estou Vou correr para lá Onde não estão Onde não estou Onde não vão