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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2008

ASTROS

Astro doido de sonhos Irrompe o Sol pela minha janela E é com saudades de mim Que fujo da minha cela Labirinto, confusão Pena, absolvição Inteligência, abjecção Passei por aqui e vou para lá Nem dei pela vida Olhei o Sol Descobri a saída Rua, agitação Luas, estrelas Conversas, balelas Mas a curva que queria sentir Nem vê-la E à noite não durmo Sinto o Sol minúsculo Foto: A subida - Pereira Lopes ( olhares.aeiou.pt )
Verdes são as setas que me secam o coração E secos os campos que guardas Escondidos na palma da mão Frágil a balança com que pesas a vida Ondulante o teu beijo de despedida Amarelo o sorriso que deixas no ar Azul o céu que deixas ao chegar Curto o abraço que levas contigo Branco o frio que deixas comigo Foto: Praia de Cascais - Adriana Marta Vilão Rito (olhares.aeiou.pt)

UBIQUIDADES TRANSVERSAS

Nesta vida de faz-de-conta Amamos ou odiamos Fazemos ou remediamos É dia ou é noite Damos o corpo ao açoite Subimos ou descemos Dormimos ou comemos Estamos ou não estamos Calamos ou gritamos Somos pais ou morremos Nascemos e somos pessoas Odiamos as más Adoramos as coisas boas Somos sol ou chuva Mão ou luva Dia ou lua Beco ou rua Porta de saída Viela ou avenida Estamos no chão ou nos ares Fintamos a idade Iludimos a ubiquidade Mas… Mesmo que queiramos Não estamos em dois lugares Foto: Marques Tavares Carlos - Pontas Delicadas ( olhares.aeiou.pt )

TUA (A)...POESIA

Serão teus os olhos Que me espreitam atrás da lua? Será tua a sombra Que vejo nua? Será imagem minha Que deslizas assim na minha rua? Ou será que a minha loucura Simplesmente continua? Será que são os teus passos Que oiço na tábua? E será que o som mingua Ainda na noite crua? Será que a noite acaba Ou faz com o dia Uma contínua capicua? Foto: Eclipse - Pedro Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

NOVO BLOG

Lançamento hoje: Novo Blog: http://www.asnoticiasmaisparvas.blogspot.com/ Aceitam-se sugestões: avidadaspalavras@gmail.com

PEIXES AMARELOS E SEREIAS

Contas as conchas do mar e o ruído Que fazes ao caminhar Contas-me ao ouvido o teu espelho E as coisas perigosas do mar És filha da ilha grande Maravilha do meu marear Contas histórias de encantar De peixes amarelos e sereias De sóis e luas cheias E desse peixe chato, fedelho Poeta das ideias E contas mais ainda de ti Do sabor da pele a sal E de mais de mil epopeias Do bem e do mal De paixões e desventuras Devaneios e loucuras Contas os dias que passam E as horas que não passam Contas também… No reino de Júpiter és doce e amada E vives na ilusão do olhar De me contares um dia As tuas aventuras Do outro lado do mar Foto: Peixe-Cirurgião II - Susana A. Rocha ( olhares.aeiou.pt )

BARALHAR E DAR DE NOVO

É ele poeta e criança Que tira das palavras a abastança E tece com elas uma trança E dança com a folha uma dança É ele criança nascendo poesia Jogando com palavras ocas pura fantasia É ele inventor de fados E de versos aluados É ele que atira ao ar Para voltar a baralhar É ele o actor do cinema É ele o comandante do poema E se o poema não morreu Ele... sou eu Foto: As cartas estão jogadas! - Luci-António ( olhares.aeiou.pt )

PREFERÊNCIAS

É salgada a tua silhueta Azeda a espera dos braços e dos abraços Saudosa a maré dos veleiros Triste a espera pela mão branda do Outono Desinquieto o meu sono É quando... Prefiro os odores aos cheiros Prefiro o estalar das castanhas Às dores das minhas entranhas Prefiro o vento do dia À chuva da noite Prefiro a praia ao mar alto A solidão ao assalto Prefiro a carta ao postal A chuva ao lamaçal O açúcar ao sal A voz do poema Ao mais fugaz dilema E prefiro... ainda O sal do teu corpo A um mar quase morto Foto: CÓDIGOS - Paulo Madeira. www.paulomadeira.net ( olhares.aeiou.pt )

POEMA PEQUENINO

Num poema pequenino Dou lustre à palavra esquecida Dou luz ao meu destino E sem luz e sem te ver Ficam estas linhas de vida Para quem quiser ler e entender É mesmo pequenino Porque nasce e morre ao mesmo tempo E antes que os olhos abram Cresce e mirra em contratempo Foto: Pequenino - ANDRA VALLADARES ( olhares.aeiou.pt )

SIGNIFICADOS DECIFRADOS

Sonhei-te tanto que me cansei de te lembrar Vivi-te tanto que me cansei de morrer Olhei-te tanto que me cansei de cegar Saboreei tanto que me cansei de lamber Li-te tanto que decorei o teu nome Decifrei todos os teus significados Saciaste sozinha a minha fome Iludiste os meus predicados Hoje, são, em sonhos esforçados Tristes as minhas memórias Alucinantes as minhas histórias Sem sentimentos banais Mas apenas carnais As minhas memórias Foto: glass of wine - simao pereira de magalhaes ( olhares.aeiou.pt )

FALSIDADES

voa veloz a tua língua sobre o meu coração ilumina-se a fluorescência do teu andar, talhado afunda-se a lua no mar da paixão, diamante rasga-se inteiro o bocado, pedaço da tua mão olha-se de soslaio o corpo amante escurece a sombra do meu braço na tua cintura enrola-se na raiz dos teus ossos escreve-se a minha idade numa pintura, espelho de imagem reflexa, desarrumada, alimento vítreo do ego espera na falsidade da imagem o aconchego Foto: yupiiiiii - luciana ( olhares.aeiou.pt )