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A mostrar mensagens de agosto, 2008

E comigo os poemas do avesso

Eram já velhas as saudades Do espaço Do bafo do teu corpo Da arcada do teu braço Eram já torpes as lembranças Do bem que me fazes Do frio que trazes Do enrolar das tuas tranças Eram já poucas as horas Para pensar no meu regresso No meu papel reimpresso Neste livro onde moras Cheguei Regressei E comigo as lembranças As horas Os livros E comigo os poemas do avesso Foto: #76 - Karomat ( olhares.aeiou.pt )

DOCE SAFADEZA

Bate, bate e não desiste A neblina da manhã nos meus olhos Serei eu mesmo o teu anel Serás tu o meu papel Serei eu mesmo teu Serei eu teu fel? Serei... Biologia... A mais pura natureza E em cada olhar que faísca com o meu E quebra a minha fortaleza E cada vez que as minhas mãos te dobram Serei o florete de espachim Que te fura o coração E te expõe a nudeza Serei... Serei? Serei mesmo? A tua doce safadeza? Foto: body to body - rattus ( olhares.aeiou.pt )

PARA ME PODERES MAGOAR

Arma-te com as tuas armas Convence-me com as tuas teorias Magoa-me com as tuas palavras Ilude-me com as tuas magias Pinta-me com as tuas tintas Confunde-me o olhar Finta-me com as tuas fintas Asfixia-me com o teu respirar Mostra-me o teu corpo Fala comigo ao luar Mostra-me o teu todo Para me poderes magoar Foto: 2 in motion IV - DDiArte ( olhares.aeiou.pt )

OS MEUS DUELOS COMIGO

Acontece que já nem pensava Voltar a encontrar a minha Primavera Nem a chuva no meu cabelo Nem a espada daquele duelo Das lutas que travei Dos amores que vivi Das vezes que me apaixonei Das vezes em que morri Foto: Romance de capa e espada - Jorge Palha ( olhares.aeiou.pt )

RECREIO

Acaso me perguntaste se te queria ver? Ou sequer conhecer Não vês que me escorre pelos olhos O desejo imenso de te esquecer Não vês que sonho com o mar E só me trazes a praia Não vês? Não vês que os meus poemas são selvagens? Difíceis de domar Não vês que sonho ao luar? Não vês que neste sentir Há um perdoar e uma imagem Não vês que vim até aqui Pelo medo e pela coragem Não vês ou não queres ver Que me alimento do verso que escrever Da canção que vier Do livro que ler Que o teu corpo me sabe a pouco Ou não queres ver Ou estou mesmo a ficar louco? Não, descansa... Não tenhas receio Apenas faço desta façanha de escrita Um delicioso recreio Foto: Raul Cordeiro

O VALOR DAS PESSOAS

De que te vale esse olhar? Se ninguém te olha nos olhos De que te vale esse vestido? Se ninguém te despe os folhos De que vale a voz doce? Se ninguém te prova os lábios De que te valem as palavras? E os pensamentos sábios De que te vale esse corpo? Se te escondes à sua sombra De que te vale seres sincera? Se ninguém te gosta De que vale a espera? Não vale a aposta De que vale o teu cabelo? Se não o podes sentir nos ombros De que vale precisar de casa? De que valem os teus escombros? De que vale o teu calor? De que vale o teu frio? Se ninguém te dá valor Nem no pino do estio Foto: Dolls World - Fernanda Kirmays ( olhares.aeiou.pt )