Não me vou incomodar Com o que acredito ser ou parecer Sou teu barco, forma de caravela Sou tua velha sombra de Alcácer Só me resta tudo o que queria Nada do que tenho me resta inteiro Como cheguei não interessa Na tua manhã de nevoeiro Esperavas à luz das tuas velas E eu à luz das minhas navegava Pelo peito de prata dos mares Que a tua manhã anunciava Em teu lugar à beira de um rio Repleto de ar e vazio de gentes Espera em ti uma nação inteira Na súbita mudança que te ofereço E no vento que o teu mar me oferece Não me cansa tua voz que me chama Ao leito que meu corpo merece Foto: Manhã submersa - Rui Bonito ( olhares.aeiou.pt )
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