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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2009

Curtas de Verão (XI): Tragédia

Trágico e ser optimista no meio do nada Porque nada é mesmo isso Ausência de tudo E não pouco de muitas coisas Foto: No canto de nada - NEST1 ( olhares.aeiou.pt )

Caminhos Exteriores (I)

Veneza - Itália (Junho 2009) Foto: Raul Cordeiro

Caminhos Interiores (I)

Castelo Rodrigo - Portugal (Agosto 2009) Foto: Raul Cordeiro

Curtas de Verão (VI): Ausência

Nada me obriga a fazer nada Mas faço da vida uma pequena estalagem E movo a minha vontade Ao som sereno do invulgar Parte a minha diligência devagar

Curtas de Verão (V): Erudição

Absorvo da ciência apenas o que não é erudito O sumo da laranja e do limão E mais algo que possa segurar nas costas da mão Num equilíbrio imperfeito Onde gravo os olhos e a razão

Curtas de Verão (IV): Sossego

Sonhar requer sossego Mas tenho medo no estio Entristeço e aborreço Tanto calor, tanto vazio

Curtas de Verão (III): Danças

Nevam palavras na minha pele Caiem redondas em leito mole Rodopiam e esmorecem Quentes mas frias Medo que a minha pena as viole Foto: La neige sur la fleur - Raul Cordeiro (olhares.aeiou.pt)

Curtas de Verão (II): Sufoco

Um beijo repicado Um ar já respirado Beijar um beijo beijado Que inútil e sufocado

Curtas de Verão (I): O Girassol e a papoila

Meu pai um girassol Minha mãe uma papoila Sempre que ele encomenda os olhos ao Sol A ela cai-lhe uma folha

DESTILAÇÃO (de um dia vazio)

Hoje passo por aqui A destilar com o fígado a monotonia Das coisas monótonas E a vulgaridade de quem se sente vaidoso E na verdade não é Imbecil o que se senta e nem olha à volta Apologista falso do pudor De ver até uma árvore nua E sentir dela posse como se fosse sua Dá-me ranço a vulgaridade dos corpos E a falta de capacidade de cálculo Do diâmetro da existência Aflige-me que depois de tantas lições E tantos jardins E tantas lágrimas E tantos poemas Coloquemos flores no lamento Mas deixemos as costas Bem direitas Na parede de fuzilamento Hoje passo mas não fico Porque não me deixa o vício do fígado

BELA, MAS ADORMECIDA (poema de brincar)

Picasse-te uma agulha no dedo mindinho E chorarias lágrimas de espanto Chuparias teu próprio sangue Quebrarias o encanto Não adormecerias ao som das flautas Nem olharias teu príncipe Serias do baralho a espada E nessa hemorragia baralhada Seria omisso o nobre naipe A copa fugiria da mão E mal contada a história Num conto aldrabão De tão distraída Ficarias para sempre bela Adormecida Foto: Dina Goldstein