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RECREIO


Acaso me perguntaste se te queria ver?
Ou sequer conhecer
Não vês que me escorre pelos olhos
O desejo imenso de te esquecer
Não vês que sonho com o mar
E só me trazes a praia
Não vês?
Não vês que os meus poemas são selvagens?
Difíceis de domar
Não vês que sonho ao luar?
Não vês que neste sentir
Há um perdoar e uma imagem
Não vês que vim até aqui
Pelo medo e pela coragem
Não vês ou não queres ver
Que me alimento do verso que escrever
Da canção que vier
Do livro que ler
Que o teu corpo me sabe a pouco
Ou não queres ver
Ou estou mesmo a ficar louco?
Não, descansa...
Não tenhas receio
Apenas faço desta façanha de escrita
Um delicioso recreio
Foto: Raul Cordeiro

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VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

AUREA- I Didn't Mean It (Lyrics)

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )