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UM SONHO DE SER... (A minha singela homenagem ao Dia Mundial da Poesia)


Não há legendas de fundo neste meu sonho

Não posso ler a poesia que nada naquele mar além das palavras

Sinto-me sem razão de ser poeta (uma espécie de inaptidão)

De não conseguir cavar bem fundo na raiz da poesia

De não ferir com as farpas da poesia o coração

De não ser poeta ao menos por um simples dia

Perecem longínquas as palavras que não consigo ainda escrever

Que não consigo sequer ainda perceber

São palavras que picam e arrefecem nas minhas mãos

Como um ouriço apertado para morrer

E por isso são palavras difíceis de dizer e de escrever

De sair das minhas mãos e da minha ideia

De escorrer nas minhas folhas brancas

Como pequenos grãos de areia

São antes palavras em brasa escaldantes

Impossíveis de usar ainda de forma correcta

Para que possam ser lidas e sentidas

Nas legendas em verso do sonho de ser um dia: poeta

Foto: Palete de cores - Sandra Silva (olhares.aeiou.pt)

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VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )