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UM SONHO DE SER... (A minha singela homenagem ao Dia Mundial da Poesia)


Não há legendas de fundo neste meu sonho

Não posso ler a poesia que nada naquele mar além das palavras

Sinto-me sem razão de ser poeta (uma espécie de inaptidão)

De não conseguir cavar bem fundo na raiz da poesia

De não ferir com as farpas da poesia o coração

De não ser poeta ao menos por um simples dia

Perecem longínquas as palavras que não consigo ainda escrever

Que não consigo sequer ainda perceber

São palavras que picam e arrefecem nas minhas mãos

Como um ouriço apertado para morrer

E por isso são palavras difíceis de dizer e de escrever

De sair das minhas mãos e da minha ideia

De escorrer nas minhas folhas brancas

Como pequenos grãos de areia

São antes palavras em brasa escaldantes

Impossíveis de usar ainda de forma correcta

Para que possam ser lidas e sentidas

Nas legendas em verso do sonho de ser um dia: poeta

Foto: Palete de cores - Sandra Silva (olhares.aeiou.pt)

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