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UMA HARPA TAMANHO DO MUNDO



Espero sereno neste cantinho do palco

Não me incomodo com a economia dessas canções

Caído que estou no lugar onde tudo é música de fundo

A arranhar notas de flauta subidas na atmosfera

E a tocar uma harpa tamanho do mundo

No enredo fantástico da história da tua ópera


Num jogo de cantos e instrumentos oculto

Essa arte de canto é a espuma do mar

Vem de uma pérola esse movimento gracioso, adulto

De algum lugar no andar dos mares do sul

Os poemas conseguem ser pedaços de madeira flutuante ao longo da praia, querendo!

Eles derivam de uma raiz lenta e poderosa

Em que não consigo flutuar e me vai perdendo


Pára com as tuas palavras e o teu canto agora

Abre para mim a janela no centro do seu peito

Despe-te desse vil preconceito de diáspora

Mostra-me nas tuas canções que eu faço o teu jeito

Foto: Sax Potiguar - Ricardo Lopes - Mossoró Rn (olhares.aeiou.pt)

Comentários

Anónimo disse…
"Os poemas conseguem ser pedaços de madeira flutuando ao longo da praia, querendo"
Bonito o teu poema!

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AUREA- I Didn't Mean It (Lyrics)

VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )