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EM CADA AMANHÃ


Em cada amanhã há um hoje para esquecer

Em cada hoje há um ontem para lembrar

Das sombras do sul e do norte

E as nuvens do vento passaporte

Da natureza nobre, dos dias sombrios

Há também a grandeza da sorte

Da sorte de poder ser e viver agora

De poder ver e ler a metáfora

Da nossa vida e da morte

Todos os contos encantadores que ouvimos ou lemos

Que falam e cantam

A rocha batida que jorra

Um amor encerrado na masmorra

O aço pisado que salta

Uma paixão na ribalta

A luz etérea do luar

De um adeus a acenar

De flores das Primaveras

De um mundo de quimeras

Que deixam na boca o gosto amargo

Da laranja agridoce

Que falam de uma vida de hoje

Como se ontem nada fosse

Como de a alegria fosse o correio da dor

E a paixão o correio do amor

Foto: a porta - simao pereira de magalhaes (olhares.aeiou.pt)

Comentários

Lúcia Machado disse…
Oh! Rául :)

Que lindo!!
Adorei mesmo, talvez dos poemas mais belos que já escreveste (não desfazendo os outros!)
Mas, este é qualquer coisa!
Sinto-me lisonjeada por tão bela partilha :)

Já tinha saudades...
Obrigada

Beijinho doce, como tua alma de poeta :)

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AUREA- I Didn't Mean It (Lyrics)

VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )