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E comigo os poemas do avesso

Eram já velhas as saudades Do espaço Do bafo do teu corpo Da arcada do teu braço Eram já torpes as lembranças Do bem que me fazes Do frio que trazes Do enrolar das tuas tranças Eram já poucas as horas Para pensar no meu regresso No meu papel reimpresso Neste livro onde moras Cheguei Regressei E comigo as lembranças As horas Os livros E comigo os poemas do avesso Foto: #76 - Karomat ( olhares.aeiou.pt )

DOCE SAFADEZA

Bate, bate e não desiste A neblina da manhã nos meus olhos Serei eu mesmo o teu anel Serás tu o meu papel Serei eu mesmo teu Serei eu teu fel? Serei... Biologia... A mais pura natureza E em cada olhar que faísca com o meu E quebra a minha fortaleza E cada vez que as minhas mãos te dobram Serei o florete de espachim Que te fura o coração E te expõe a nudeza Serei... Serei? Serei mesmo? A tua doce safadeza? Foto: body to body - rattus ( olhares.aeiou.pt )

PARA ME PODERES MAGOAR

Arma-te com as tuas armas Convence-me com as tuas teorias Magoa-me com as tuas palavras Ilude-me com as tuas magias Pinta-me com as tuas tintas Confunde-me o olhar Finta-me com as tuas fintas Asfixia-me com o teu respirar Mostra-me o teu corpo Fala comigo ao luar Mostra-me o teu todo Para me poderes magoar Foto: 2 in motion IV - DDiArte ( olhares.aeiou.pt )

OS MEUS DUELOS COMIGO

Acontece que já nem pensava Voltar a encontrar a minha Primavera Nem a chuva no meu cabelo Nem a espada daquele duelo Das lutas que travei Dos amores que vivi Das vezes que me apaixonei Das vezes em que morri Foto: Romance de capa e espada - Jorge Palha ( olhares.aeiou.pt )

RECREIO

Acaso me perguntaste se te queria ver? Ou sequer conhecer Não vês que me escorre pelos olhos O desejo imenso de te esquecer Não vês que sonho com o mar E só me trazes a praia Não vês? Não vês que os meus poemas são selvagens? Difíceis de domar Não vês que sonho ao luar? Não vês que neste sentir Há um perdoar e uma imagem Não vês que vim até aqui Pelo medo e pela coragem Não vês ou não queres ver Que me alimento do verso que escrever Da canção que vier Do livro que ler Que o teu corpo me sabe a pouco Ou não queres ver Ou estou mesmo a ficar louco? Não, descansa... Não tenhas receio Apenas faço desta façanha de escrita Um delicioso recreio Foto: Raul Cordeiro

O VALOR DAS PESSOAS

De que te vale esse olhar? Se ninguém te olha nos olhos De que te vale esse vestido? Se ninguém te despe os folhos De que vale a voz doce? Se ninguém te prova os lábios De que te valem as palavras? E os pensamentos sábios De que te vale esse corpo? Se te escondes à sua sombra De que te vale seres sincera? Se ninguém te gosta De que vale a espera? Não vale a aposta De que vale o teu cabelo? Se não o podes sentir nos ombros De que vale precisar de casa? De que valem os teus escombros? De que vale o teu calor? De que vale o teu frio? Se ninguém te dá valor Nem no pino do estio Foto: Dolls World - Fernanda Kirmays ( olhares.aeiou.pt )

ESPREITA POR AQUI

Não resisti à força e espreitei O cantinho dos meus segredos O tremer dos teus medos Pensei encontrar por aqui alguém Mas procurei Mas não encontrei Vi rastos e pistas Mas só isso Nem um beijo ou desejo Nem uma palavra nem um verso Nem o inverso Mas ainda assim tive que espreitar Por esse buraquinho do céu Uma tentação Mais forte que eu Foto: ..... Dá vontade de espreitar - luis calado ( olhares.aeiou.pt )
Foto: The Beach - João Luís Amaral Martins ( olhares.aeiou.pt )

FÉRIAS

Este Blog faz hoje 1 Ano. A todos os leitores(as), beijos e abraços especiais de agradecimento. Inicio hoje uma pausa (de férias) mas voltarei em breve com novas energias. MUITO OBRIGADO

APENAS UM ANO

São só mais sessenta e cinco Do que trezentos dias Tarde demais para esquecer os momentos Para rasgar a oportunidade Nem vi o relógio Passar horas e melo(dias) Foto: Fogo de artíficio - Sara Pinheiro ( olhares.aeiou.pt )

SEGUNDA MORADA

Não... Não digo, escrevo Escrever é assim com a segunda morada Não a última... O muro que protege da armada A areia que barrica o mar A seara que semeia o meu andar Pelos caminhos Calçada de vida e guarida Asfalto de corrida Pista de murmúrios Presente de augúrios Cavalgar de aromas e sensibilidades Disfarce das idades Companhia da longitude Elixir da juventude Mais que não seja das ideias... Engrenagem de pensamento Limpo e claro de areias Foto: na Seara... - Miguel Peixeiro ( olhares.aeiou.pt )

DESCANSO

E nasce assim um poema criança Pardo pelas palavras Um poema que dança Na beleza da alvorada Um poema de crença De palavras rejeitadas Um poema que a folha amansa Apesar de mal amada Nasce um poema Perfeito e desarvorado Salta a tinta Dilui-se a ilusão Suja a folha e a mesa Tatua a minha mão Marca a cadência Ignora a frequência Descansa a folha e a pena Em poesias pequenas E espera ao pino do Sol Por novas palavras Mais doces, mais amenas. Foto: Dia de descanso - Isadora C. (Colibri) ( olhares.aeiou.pt )

LENDA CIGANA

à sombra da tenda criada pela lenda sua o cigano a barraca remenda e nasce o engano nas patas do burro casmurro que teima em parar aiiiiii... e a noite de Verão que teima em chegar à sombra da lenda contada na tenda relembra o cigano seu estimado bichano que no pino do Verão se finou por engano de tanto trabalhar aiiiiiii.... e a noite de Verão que teima em chegar Foto: Burro lindo - João Matias ( olhares.aeiou.pt )

O MEU JEITO

Embrulhado na tua prenda De dedos na face e na venda Colhendo conchas e algas Vejo um dia liso como o lençol em que me deito Ao acordar E oiço a máquina do teu peito Perco o jeito Devagar… Foto: Quando você foi embora - Silvana Dai ( olhares.aeiou.pt )