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Mensagens

sustentação

É uma componente Perpendicular à brisa Força diferencial Vetor simples da linha do botão da camisa Forças distantes Aumento de pressão Componentes de forças aéreas Densidades divididas por dois Sustentação Foto: Raul Cordeiro (18.05.2013)

Camané - Ai Margarida

eternidades

pois é... quanto a nostalgia te atravessa longe vão os tempos de menino apaixonado sobreviveu ao tempo um homem triste, pouco alegre amargurado atravessa-me de repente uma nostalgia de mim e de ti estranha mas doce amarga e eterna

adulta, madura e esguia (ao Dia Mundial da Poesia) - Republicação

Sabes que não há tempo Como o tempo em escrevia poesia Em que a noite era dia Sabes que não custa andar Não há esquinas no tempo Nem portas por descobrir Escrever é deixar ir A mão atrás da pena É conjugar verbos E rir Sem os alcançar É ver os pássaros voar Reunidos em congresso Quietinhos e atentos no ar Sabes que não há tempo Nesta poesia, na minha poesia Como o tempo de rimar Sabes que gosto cada vez mais Da poesia que envelhece Do verso que é verso E parece Sabes que não há tempo Para crescer a poesia Ela quer-se à nascença Adulta, madura e esguia

Cuidado

Há um silêncio secreto no amor desprevenido Descuidado e pouco sabido Cuidado com as esquinas que cortam o caminho E o tornam mais comprido Cuidado com o animal desprevenido Que nos assalta o coração Cuidado com o que escondes na mão Cuidado com um amor pétreo Onde se vive Inês Vivem os amores E se morre Inês Morrem as flores Cuidado com o silêncio Cuidado
Mil tons (Fora de tempo - Castelo de Vide - 08/03/2013) Longe do sítio Onde me sento e descanso Perto de um ribeiro manso Onde rebola o meu versejar Eu encontrei Uma pedra de mil tons Essa pedra tem toques raros Uns maus e outros bons Peguei nela devagar Atirei-a ao céu Tão longe e tão alto Como se ele fosse meu E ela voou e riscou No céu como um lápis Um nome nasceu Com as cores do arco-íris É raro termos a sorte De ser cor das cores do céu De ver de perto Um pequeno troféu Erguer-se num mundo incerto E usar o mesmo olhar E usar o mesmo respirar E a mesma pedra de mil tons Para dar cor ao luar E ela voou e riscou No céu como um lápis Um nome nasceu Com as cores do arco-íris
A fuga do beijo (Fora de tempo - Castelo de Vide - 08/03/2013) Em cima da mesa de entrada Não há nada Pus um beijo sossegado Deitado Que um beijo não abra Não há nada Que num beijo não caiba Ninguém lhe tocou Ninguém o viu à entrada De uma boca tão calada Um beijo é apenas um beijo Sossegado e poupado Não há nada A uma boca Que não quer ser beijada Não há nada Que um beijo não abra Não há nada Que num beijo não caiba Ninguém lhe tocou Ninguém o viu à entrada De uma boca tão calada Pus um beijo sossegado Deitado Em cima da mesa de entrada Não há nada Que um beijo não abra Não há nada Que num beijo não caiba Ninguém lhe tocou Ninguém o viu à entrada De uma boca tão calada

todos os beijos

todos os beijos que há no mundo que sei dar que sei oferecer cabem na tua boca longe dela é seca a terra longe dela é triste e oca a luz dos teus olhos é nulo o desejo cabe e sai da minha boca para a tua simples um beijo

Canções

Foto: Raul Cordeiro (Estremoz) Olha lá… Repete comigo Se gostas Diz bem alto Que estes poemas são pássaros Que te debicam o coração E caem como folhas de outono Na palma nua Da tua mão Olha lá Cala-te e adora As nuvens que tapam o sol Esse tempo de primavera Quente e mole E diz bem alto Canta em canção Que estes poemas são pássaros Que te debicam o coração

Nada na mão

Nada na mão Nada na manga Um folho na saia Um  laço na tanga Nada no pensamento Nada no corpo Um peso nos ombros No pescoço uma canga És burro, não vês És cego Escolhes pelos olhos Uma paisagem desajustada Maior que o teu ego Acorda Põe-te atento Que matérias leves E almas desatentas São leves Leva-as o vento

Já começou 2013...

Melbourne - Austrália, 1 de Janeiro de 2013 Gostava de lá estar... Quanto mais depressa começa 2013 mais depressa acaba. BOM ANO PARA TODOS OS SEGUIDORES DESTE ESPAÇO OBRIGADO

Luísa Sobral - Natal Mais Uma Vez

"Rui Veloso & Amigos" feat. Camané (part. especial de Afonso Pais) - "Co...

Um silêncio feito verso (Republicação)

Vagueio por florestas inacabadas e bato a várias portas de vários segredos À porta do silêncio bato forte em voz alta e insisto com murros persistentes E nas portas do espaço aberto, os meus olhos agitam-se para te falar, mas os períodos de calma roubam-te de mim, e em sussurros ensinam-me a tua língua entre dentes Com a voz que nasce da liberdade recém-nascida, temo falar Na minha pequena câmara da tranquilidade só falo com a voz do meu silêncio Para que o meu silêncio, eloquentemente converse comigo E não me consiga calar: Pássaros brancos no mergulho oceânico, delicadamente Um mar sem som e um céu mudo Azul no azul fixado silenciosamente Cor de céu de tom agudo Identificado com silêncio ilimitado Desajusto o ajustamento do universo Num discurso bem guardado De silêncio feito verso Consciente e solitário, imortal e infinito Reúno todas as coisas do meu coração E parto à procura do silêncio não dito Nos versos de uma silenciosa canção

Carminho e Chico Buarque | Carolina

Convento de S. Francisco - Estremoz

combinações (republicação)

havemos de falar um dia destes da chuva muda que chove dos teus olhos ou da neve que seca do teu vestido os folhos havemos de falar de como este frio seca as lágrimas havemos de combinar apagar as lástimas e fazer um esquema que explique onde entro eu na tua poesia ou cabes tu no meu poema

a geografia da amizade

Foto: Raul Cordeiro Era alto, bem alto o teu promontório E do alto te puseste a mirar E atiraste pedras a quem passava E partiste cabeças E calaste bocas E provocaste mágoas loucas Quebraste com as pedras, a pontaria e a agilidade Alguns pedaços Da geografia da tua amizade E se com as tuas lágrimas pedes desculpa Não peças Que das feridas que carrego É tua a culpa porque Quebraste com as pedras, a pontaria e a agilidade E quebraste também a geografia da tua amizade

voltas

Foto: Raul Cordeiro às vezes a vida dá tantas voltas que acaba por ir dar depois de tantas voltas quase ao mesmo lugar não exactamente o mesmo porque o tempo mudou e com ele também a vida