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PÁGINAS SOBRE O MAR


Fico quieto e mudo deste lado do horizonte

Deste lado do mar de todos os dias

Onde ser enrolam as ondas do mar sem laços

Onde perco os teus abraços

Onde cruzo o silêncio de um mar sem chão

Com a sombra dos braços teus

Que acenam um claro mas cinzento adeus

Uma vela, um barco ao longe, navegar de solidão

Encalhado numa praia onde não chegam as ondas

Desfazem-se fora dos olhos em voltas redondas

Onde verto em câmara lenta desgostos de não te olhar

Dava a vida toda para te ver chegar descalça sobre o mar

A viver deste lado do meu poema

A fazer-me companhia

Na construção do simples morfema

A beberes comigo a palavra fugidia

A desfolhar comigo as páginas do dia

Seres em carne e em paixão

A vida da minha poesia

Foto: emotional winter - grENDel (olhares.aeiou.pt)

Comentários

Lúcia Machado disse…
:) Olá, Raúl

Mais um belo poema :)
Gostei mt deste!
Consegues-me surpreender, a cada poema que escreves!

Parabéns!

Não esqueças, aqui a amiga, quando editares o teu livro de poesia ;)

Beijinho grande, é um prazer ler o que escreves :)

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AUREA- I Didn't Mean It (Lyrics)

VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )