Avançar para o conteúdo principal

POESIA DO NADA E DE COISA NENHUMA

Só me ocorrem rimas pobres sem sentido
Que falam de quase nada
Como me sinto perdido, desnorteado
Fico desesperado
Quero escrever e não penso em rima alguma
Não olho outra solução
Senão escrever sobre coisa nenhuma
Da poesia vejo a espuma
Que sobra da lavagem dos dias
Espuma suja das vidas lavadas
Pobres, algumas não rimadas
Como esta pobre poesia
Que fala de coisa nenhuma
Pode-se ler ao revés
Ou então de cima abaixo
Não vão encontrar nada que rima
Ainda que a leiam de baixo a cima
Fico mesmo sem jeito
Ao escrever esta enormidade
Ainda que seja verdade
E que lhe possa espremer a espuma
Este poema fala mesmo de verdade
De nada e de coisa nenhuma.

Comentários

impulsos disse…
Falando de nada
E de coisa nenhuma...
Estes versos que dizes
Serem sem rimas...
Dizem tanto
Do quanto
Te enriquece o sentimento
E o querer dizer
Mesmo não dizendo...
Sendo bolhas de espuma
Te servem de alimento...

Beijo

Está muito bonito e eu adorei!

Mensagens populares deste blogue

VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

DESCULPA-ME

Sinto… Ter feito nascer tua tristeza Despertar a tua fina dor Sei que te fiz sentir mal Desculpa despertar o teu amor Sinto muito por amar-te afinal Desculpa tudo o que fiz Sinto muito por ser quem sou Amar-te foi o que quis Não sei agora O caminho Para onde vou Montado no meu corpo Saborear este amor Que no final Soube a nada e a pouco. Foto: India - Maaria Antónia Bueno (olhares.aeiou.pt)

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )