Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

Poema tardio do Dia do Pai (da minha filha Raquel...)

Sei que já venho tarde, Mas nunca é tarde demais Para te dizer que para mim és o melhor pai. És carrancudo e mau, És protetor e prudente E são poucas as vezes em que sorris com os dentes. Comes das minhas guloseimas, E estás sempre a criticar, É de manhã à noite, Do levantar ao deitar. És viajado e culto, Mas também reservado e adulto, Tu és o meu pai, O melhor pai do mundo. A razão pela qual não tiveste um miminho, Foi porque a minha querida filosofia se meteu no caminho, Impressões e ideias, Cogito e existência de Deus, Foi tudo aquilo que me prendeu, Descartes e Hume já deviam estar a prever, Que isto ia acontecer. Descartes provou a sua existência enquanto substância pensante, Mas é a tua existência que tem de ser constante. Hume pensava que o conhecimento verdadeiro derivava dos sentidos, E o conhecimento que tenho por ti é decidido. É um amor inexplicável, Que resiste à duvida, Mesmo de Descartes e de Hume, E nã...

vestido de feira e fato de flanela (letra de música)

é tão grande a distância e grave a ideia de ter a tua concordância ver a tua odisseia e assistir na plateia não me deixaste tocar-te nem com a ponta de um dedo desviaste de mim o olhar nem desvendas-te o segredo nem por coragem nem por medo fiquei eu meio sem jeito e equipado a preceito tu airosa e sobranceira no teu vestidinho de tecido de feira nem me valeu a gravata nem o fato de flanela valia mais uns calções e um jeito de acrobata e em circo se tornou este nosso desencontro raio, corisco e estrela um vestido de feira e um fato de flanela é tão grande a distância e grave a ideia de ter a tua concordância ver a tua odisseia e assistir na plateia não me deixaste tocar-te nem com a ponta de um dedo desviaste de mim o olhar nem desvendas-te o segredo nem por coragem nem por medo

Miguel Araújo | Balada astral (com Inês Viterbo)

Rita Dias -- "Choraminguice"

As minhas pontes

Há no encanto das flores Uma ponte de mim para mim Uma garra geológica Pouco lógica Como se a poesia que escrevo Viesse em monte Em onda trágica Tornar-me seu servo E da ponte emergem dois fins E dois princípios, e um meio E um receio...

Xutos e Pontapés - De madrugada tu e eu

Luis Represas - Tomara

Há histórias fantásticas

Adormeci hoje a pensar que acordava daqui a uns anos Num apeadeiro nas crateras da Lua Onde das estrelas caíam palavras Que faziam um texto de uma frase nua Onde, no Mar da Tranquilidade As pessoas perdiam a idade Onde não se criavam raízes E podiam ser eternamente felizes Onde por entre naves espaciais Voavam borboletas e flores magistrais Pássaros Fénix imortais E aí esperava por ti Da tua carreira regular de Vénus Com escala breve por aqui Fato espacial branco cru Por cima de um corpo nu Olhaste e vieste a mim Onde os semáforos espaciais eram folhas de plátano Que só mudavam de cor nas estações siderais Onde o tempo era imponderável Mas o solo pouco arável E por isso as flores cresciam no ar sem ar E não podiam parar a idade Nem a força da gravidade Foste breve no olhar mas lenta no respirar Rarefeito o ar e o teu escutar Tinhas pressa do espaço e da sua arte Das velocidades de anos-luz Dos cruzamentos com Marte De um voo espacial nocturno Com passagem ...

versos azuis (republicação com foto do João Carvalho)

Escrevo hoje versos azuis Enquanto choram os olhos E cantam os dentes e os lábios Escrever um verso azul É mais que um momento de poesia É meu Suave, quieto e quente Suor literário do sul Foto: João Carvalho 

Tecer a vida (Republicação)

Quando a nossa vida É tecida no tear do tempo Alvora a eternidade E em laçadas de fios de prata Um olho hábil Constrói a nossa figura social E nossos sonhos em cascata Surgem tecidos em tom natural Numa bitonalidade Entre o amor e o ódio Entre os tons cinzentos ou coloridos De um breve episódio Numa alegre ou triste remexida Desse breve tempo A que chamamos vida * Foto: João Carvalho 

Vou mudar

Vou mudar agora de ano E de plano Vou mudar de dia E de fantasia Vou mudar de hora E de aurora Vou mudar de bússola E de pistola Vou mudar de olhar E de andar Vou mudar de sorriso É um aviso Vou mudar de mim Enfim Mas vou ser eu Afinal

Natal das ideias

Era já Natal nas ideias Mas inverno nas cabeças Carecas, pouco cheias Era bonita a festa Luminosa O Natal das pessoas Ou o que delas resta Há pouco para querer E muito Natal para poder Ser Natal E gritar bem alto o refrão Natal não é hoje Como todos os dias é verão * Foto João Carvalho ( http://saltapocinha.wordpress.com/)

D.A.M.A. - Balada do desajeitado

zonzo

Sabes Gosto de ir até ao fim À esquina à espera de mim Algures no sítio onde me procurarem Mora a felicidade Assim zonza, é parte de mim Música: Tonto por ti - Azeitonas

Samuel Úria - Chamar a música

A felicidade...

A felicidade é um daquelas emoções básicas que integram a nossa bagagem pessoal de suporte essencial de vida tal como o medo, a tristeza e a ira. Talvez um dos grandes desafios seja compreender a base biológica das emoções. Assim, se a felicidade é uma emoção básica e tem uma base biológica haverá uma biologia da felicidade e uma biologia da infelicidade? Entre a alegria e a tristeza ou entre o medo e a ira será a felicidade o racional da bipolaridade? Seria então o choro o racional da tristeza e o riso o racional da alegria?  E será sinal de evolução biológica chorar de alegria ou rir da tristeza?  Ou são apenas traições biológicas? A felicidade parece sim tornar-se na nossa vida uma camisa de forças "florida" cujos limites são os estereótipos sociais. Felicidade parece referir-se ao ponto em que a a nossa gestão quotidiana parece cruzar-se com a busca do impossível. E se nesse caminho encontramos alguém (impossível não encontrar) as nossas felicidades encon...

Não dá pra fugir (Sensi+Rui Veloso)

Expensive Soul - Cupido

Ricardo Oliveira - O vento mudou

Luiz Caracol - Samba do Bairro