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adulta, madura e esguia (ao Dia Mundial da Poesia) - Republicação


Sabes que não há tempo
Como o tempo em escrevia poesia
Em que a noite era dia
Sabes que não custa andar
Não há esquinas no tempo
Nem portas por descobrir
Escrever é deixar ir
A mão atrás da pena
É conjugar verbos
E rir
Sem os alcançar
É ver os pássaros voar
Reunidos em congresso
Quietinhos e atentos no ar
Sabes que não há tempo
Nesta poesia, na minha poesia
Como o tempo de rimar
Sabes que gosto cada vez mais
Da poesia que envelhece
Do verso que é verso
E parece
Sabes que não há tempo
Para crescer a poesia
Ela quer-se à nascença
Adulta, madura e esguia

Comentários

Por Amor disse…
Belo Poema amigo ..verdades que só um poeta como você ousar de forma linda aqui expor ...meus maiores parabéns Pedro Pugliese
Anónimo disse…
Escrever é deixar ir... Perfeito, querido.

Beijinho.

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VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

DESCULPA-ME

Sinto… Ter feito nascer tua tristeza Despertar a tua fina dor Sei que te fiz sentir mal Desculpa despertar o teu amor Sinto muito por amar-te afinal Desculpa tudo o que fiz Sinto muito por ser quem sou Amar-te foi o que quis Não sei agora O caminho Para onde vou Montado no meu corpo Saborear este amor Que no final Soube a nada e a pouco. Foto: India - Maaria Antónia Bueno (olhares.aeiou.pt)

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )