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o esquema estúpido


Haverá coisa mais estúpida
Que querer uma dor que não se tem
E vestir para a esperar
O mais bonito vestido
E treinar os ais e os suspiros de amor
Como se fossem um destino
Um vento sentido
Haverá coisa mais estúpida
Que sofrer pelo que não se tem
E gozar a dor que quem não nos gosta
Haverá coisa mais estúpida que ser um idiota
Que defende sempre a dama errada
E vacilar diante de folhas que pedem poemas
Como se vacila quando se gosta
E não sente a dor
Haverá coisa mais estúpida
Que amar sempre á mesma hora
E ler sempre o mesmo poema
Haverá sempre uma palavra
Um esquema

Comentários

Por Amor disse…
É companheiro ... existe realmente aquele que gosta de sofrer por nada !!! e até cria o que não existe pra sofrer ...Na verdade é um caso médico psiquiátrico ... aconselharia procurar o Pinel !!! Pedro Pugliese.
Elendi disse…
- Nossa muito interessante, gostei muito. Parabéns pelo seu blog. :D
Um brasileiro disse…
Olá. Tudo blz? Estive aqui dando uma olhada. Muito legal. Apareça por la. Abraços.

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VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )

Da mente

Foto: Raul Cordeiro ( olhares.aeiou.pt ) Diria Quintana Que não devemos  descer os degraus dos sonhos Porque eles Os sonhos Querem ser sonhados É isso que os faz ser sonhos E não apenas acontecimentos Processos e sistemas Saberes ou estratagemas Da mente É isso que faz um sonho Ser da realidade Diferente