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Do outro lado da infelicidade


Quando te olhei mais que um segundo ceguei
Fiquei colado ao chão
Já não viste mas paralisei
Uma estátua
Quieto
De olhos na Lua

Quando quase te toquei com a minha mão delirei
Pensei ver-te retribuir
Pura ilusão da tua mão
Puro delírio do meu sentir
Ver-te chegar
Para te abraçar

Se eu te olhar
Na sombra da minha árvore
Ao Sol do meu olhar
Num barco a navegar
Ou num delírio ao luar
Vou-me rir
Rir é um chorar
Diferente

Quando te recolhi no meu colo
Foste o cimento da minha casa pequena
O meu mundo
A minha montanha
Foste da minha janela
A cena

Chegaremos junto a esse porto de abrigo
Do outro lado da infelicidade
Seremos nós
Eu e tu
A verdade


Se eu te olhar
Na sombra da minha árvore
Ao Sol do meu olhar
Num barco a navegar
Ou num delírio ao luar
Vou-me rir de contente
Rir é um chorar
Diferente

Vou-me rir de contente
Rir é um chorar
Diferente

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VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )

Da mente

Foto: Raul Cordeiro ( olhares.aeiou.pt ) Diria Quintana Que não devemos  descer os degraus dos sonhos Porque eles Os sonhos Querem ser sonhados É isso que os faz ser sonhos E não apenas acontecimentos Processos e sistemas Saberes ou estratagemas Da mente É isso que faz um sonho Ser da realidade Diferente