anoto uma a uma no ar
que respiro
as formas que tornam
exata a minha sombra
mesmo quando o sol erra
a medida
respeito o que a vida
deposita na minha conta à ordem
embora nada lhe peça
não se pede nada à vida
apenas
sorrio perante a tua
chuva
a chuva salgada do teu
olhar
e vejo e confirmo
que não há na minha
sombra medida que meça
a caligrafia do poema
e sem medida, um poema
é apenas uma peça
um escrevinhar
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