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FIADOR DE SENTIDOS

Este é um poema sobre tentações. A tentação é um estado sublime entre a sobriedade e a embriaguês.

A tentação está por aí, algures no meio de tudo


Pensei que poderias ser a chave
Que balança hesitante no colo da minha fechadura
Escolhi as tuas balas para ferir a minha armadura
Colhi as tuas balas na minha boca
Ingredientes doces e salgados
Chumbo, cobre, doce de amargura
Decidi ir ao norte numa viagem louca
O pensamento foi o modo mais fácil de ser
De matematicamente entender
O desvario e a loucura
Sou afinal uma semente vazia
Fruto podre da minha ditadura
Sem folha, flor ou fruto
Fiador de sentidos e delírios despidos
Infantil, irresoluto, invisível e inodoro soluto
Não posso ainda perder-me na abundância do dever
Nem brincar com a idade
Ou atropelar o minuto
Isto não é sobriedade?

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Foto: Raul Cordeiro ( olhares.aeiou.pt ) Diria Quintana Que não devemos  descer os degraus dos sonhos Porque eles Os sonhos Querem ser sonhados É isso que os faz ser sonhos E não apenas acontecimentos Processos e sistemas Saberes ou estratagemas Da mente É isso que faz um sonho Ser da realidade Diferente