No tempo em que falavam os risos
Lá longe nas origens
Era o vento norte
E a chuva sorte
No tempo em se estendia a roupa ao luar
Sem medo ou companhia
Podiam rasgar-se os desejos
Que havia de nascer poesia
Nos tempos em os sonhos também sonhavam
Não abalavam a fé
Oscilavam os barcos e rasgavam as velas
Mas era certa a maré
Nos tempos em que as armas eram pólvora seca
E não rompiam silêncios
Doía o tempo
Escorregava a inocência
Sobrava a verdade
Mas faltava a vontade
Nos tempos em que os sonhos sonhavam
Não abalavam a fantasia
Oscilavam os barcos e rasgavam as velas
Mas nascia poesia
Comentários