Avançar para o conteúdo principal

DIAS DE ÁFRICA (na sequela da minha viagem)


Corta as nortadas o fumo do cachimbo
Liamba da alma feita ar
Desperta o chocolate negro da pele
Abafa a guerra e o fel
É a saudade errada dos sabores errados
Um cheiro de vapor e sabor a coco
Um grão de areia do Lobito
Um sabor de cachimbo que sabe a pouco
Um mar que dá o dito por não dito
Corta o vapor a casa do homem e da impala
Derrama-se na savana a saudade
E os livros de infância
Que carrego na minha mala
Mais que pouca-terra
Vejo muita terra e pouca fala
Fere o cachimbo o sol e o mar
Fere o sabor que é meu
Por terras e mares e savana
Ditadas por Bartolomeu
E vencidas por Gama
És tu quem me fez
És tu quem me chama

Escrito em Durban - África do Sul (28/07/2009)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

MIA ROSE - QUALQUER COISA

Natal das ideias

Era já Natal nas ideias Mas inverno nas cabeças Carecas, pouco cheias Era bonita a festa Luminosa O Natal das pessoas Ou o que delas resta Há pouco para querer E muito Natal para poder Ser Natal E gritar bem alto o refrão Natal não é hoje Como todos os dias é verão * Foto João Carvalho ( http://saltapocinha.wordpress.com/)

Da tua boca o meu poema (Fado)

Quando um dia me cansar de cantar Os versos que em tua luz me iluminaram Hei-de cantar com toda força As frases e as vozes que na vida me falaram Hei-de cantar com toda força As frases e as vozes que na vida me falaram Calei-me tantas vezes perante a vida Que ela me julgou um malfadado Foram só os versos que me fizeram Senhor e pobre escravo do fado Foram só os versos que me fizeram Senhor e pobre escravo do fado Fiz das rimas a minha canção De ser tua inspiração o meu lema Fiz dos teus olhos a inspiração Da tua boca o meu poema Fiz dos teus olhos a inspiração Da tua boca o meu poema Agora quando canto, canto fado Canto os teus olhos e a tua boca Mesmo que o oiças mal cantado È verdade o que ouves, não estás louca Mesmo que o oiças mal cantado È verdade o que ouves, não estás louca