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FALAS DO SILÊNCIO


Será surdo quem fala em silêncio?
Na confusão dos sons do mundo
Cala-se a voz bem fundo
Falarão as coisas que vemos ao fundo?
Ou são apenas murmúrios do mundo
Confessam os olhos e os dedos
A ânsia da voz calada
Vai-se o canto da ave pousada
Na espera avultam os medos
Vale a pena tapar os ouvidos e a boca
E fechar a porta por dentro
A tristeza não é pouca
Quando te calas com o vento

Foto: 368 - Fernando Teixeira (olhares.aeiou.pt)

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VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )

Da mente

Foto: Raul Cordeiro ( olhares.aeiou.pt ) Diria Quintana Que não devemos  descer os degraus dos sonhos Porque eles Os sonhos Querem ser sonhados É isso que os faz ser sonhos E não apenas acontecimentos Processos e sistemas Saberes ou estratagemas Da mente É isso que faz um sonho Ser da realidade Diferente