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afinal... não há dia dos namorados


Soou uma sonora gargalhada
De riso vindo do nada
Sangue calado, chão molhado
De um tiro com arco vindo do nada
E era dia e hora de namorados
De chão e mar salgados
Das lágrimas dos dois lados
Riu-se ele do que não via
Ria-se ela do que não sentia
Riam-se os dois do que não havia
E afinal não havia dia
Nem namorados
E riram os dois
E escolheram os lados
E escolheram os caminhos
De terra, sol e mar
E esperaram por um amor
Calado, por chegar

Foto: box of my memories - Daniel Oliveira (olhares.aeiou.pt)

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Foto: Raul Cordeiro ( olhares.aeiou.pt ) Diria Quintana Que não devemos  descer os degraus dos sonhos Porque eles Os sonhos Querem ser sonhados É isso que os faz ser sonhos E não apenas acontecimentos Processos e sistemas Saberes ou estratagemas Da mente É isso que faz um sonho Ser da realidade Diferente