Avançar para o conteúdo principal

FIZ DO TEU VENTO O MEU SOL


Descobri que no navegar à deriva
Não há direcção
Não há destino nem fado

Fiz do teu vento o meu sol

E do meu versejar

Um linguajar afiado

Descobri que posso gritar

E deitar a voz ao vento

E deitar a palavra ao chão

Sei o que o tempo pode curar

Mas sei que o vento não pode esperar

Descobri que a minha voz ecoa
Que posso cultivar silêncios

Que posso cantar à toa

E ver dançar os navios

Descobri que o meu porto é no teu mar

Que a minha pele está na tua casa

Que a minha pena

É apenas uma pena da tua asa

Descobri que no navegar à deriva

Não há direcção

Não há destino nem fado
Foto: My dream World - Ze Luis (olhares.aeiou.pt)

Comentários

Este belo versejar demonstra a tua imensa capacidade escrever e encantar. Parabéns por cada palavra, por cada sentimento expresso.
(Imagem linda, também!)
Abraço fraterno.
Belas as palavras Parabéns , pela mensagem e pelo Blog.
Seria melhor ainda se o mundo visse as palavras que embelezam as almas.
Abraços.
Rodrigo.Ap.B.B

Mensagens populares deste blogue

VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )

Da mente

Foto: Raul Cordeiro ( olhares.aeiou.pt ) Diria Quintana Que não devemos  descer os degraus dos sonhos Porque eles Os sonhos Querem ser sonhados É isso que os faz ser sonhos E não apenas acontecimentos Processos e sistemas Saberes ou estratagemas Da mente É isso que faz um sonho Ser da realidade Diferente