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O PRATO E A COLHER


Sem freio e sem arreio corro campos e encostas
Para vestir a vida apenas de corpo e meio

Para vestir de belo o feio
Saltos, palavras e corridas de fundo
E tudo o que está existe só
Rente aos olhos turvos do mundo

Rente à corda e ao nó
Rente aos olhos a flor e o espinho
A nuvem e o caminho
A cinza e o mar

A praia e o luar
Rente aos olhos meus os teus
Rente aos olhos a árvore e o arado
A serra e o machado
A vida e a morte

O azar e a sorte

Rente aos olhos
O homem e a mulher
O prato e a colher

As mãos e os dedos
Os sonhos e os segredos
Rente aos olhos teus os meus
Rente ao dia a noite

A chuva e o vento
A boca e o sustento

E rente aos meus olhos
Uma mulher da chuva molhada
Rente à minha boca fechada

Foto: Apenas gotas de chuva. - Sérgio R. Moskato (olhares.aeiou.pt)

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Era já Natal nas ideias Mas inverno nas cabeças Carecas, pouco cheias Era bonita a festa Luminosa O Natal das pessoas Ou o que delas resta Há pouco para querer E muito Natal para poder Ser Natal E gritar bem alto o refrão Natal não é hoje Como todos os dias é verão * Foto João Carvalho ( http://saltapocinha.wordpress.com/)

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Quando um dia me cansar de cantar Os versos que em tua luz me iluminaram Hei-de cantar com toda força As frases e as vozes que na vida me falaram Hei-de cantar com toda força As frases e as vozes que na vida me falaram Calei-me tantas vezes perante a vida Que ela me julgou um malfadado Foram só os versos que me fizeram Senhor e pobre escravo do fado Foram só os versos que me fizeram Senhor e pobre escravo do fado Fiz das rimas a minha canção De ser tua inspiração o meu lema Fiz dos teus olhos a inspiração Da tua boca o meu poema Fiz dos teus olhos a inspiração Da tua boca o meu poema Agora quando canto, canto fado Canto os teus olhos e a tua boca Mesmo que o oiças mal cantado È verdade o que ouves, não estás louca Mesmo que o oiças mal cantado È verdade o que ouves, não estás louca