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REFLEXOS DE UM QUALQUER SENTIR


Sei que tu sabes que eu sei que sabes como é…

Se olho os teus vidros cristalinos eles reflectem ramos vermelhos

No Outono lento na minha janela

Se toco o teu fogo de perto, bem pertinho

Logo se te enruga o corpo de medo

Bem franzininho

Se descubro os teus aromas, a luz e os metais

Logo se vai o segredo

Num rumo louco para as tuas ilhas marginais

Às vezes penso que posso ser louco e ficar abandonado na costa

Mil dias á espera da resposta

Mas aí penso em velas e barcos

Em mares e ares

Nos teus lábios a buscar-me

No teu nome a chamar-me

No meu amor-próprio

Reconheço, pouco sóbrio

Repito e reacendo os meus fogos interiores

Ligo os meus internos extintores

E parto á procura do motor e do sensório

Dos gestos correctos, dos pensamentos

Do real pouco ilusório

Duma palavra ou um aceno de momentos

Para que possas ver e compreender

Os medos que hão-de vir

E mesmo assim possas continuar a ler este sorrir

Foto: Reflection - Robert Sulintan (www.photo.net)

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VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

DESCULPA-ME

Sinto… Ter feito nascer tua tristeza Despertar a tua fina dor Sei que te fiz sentir mal Desculpa despertar o teu amor Sinto muito por amar-te afinal Desculpa tudo o que fiz Sinto muito por ser quem sou Amar-te foi o que quis Não sei agora O caminho Para onde vou Montado no meu corpo Saborear este amor Que no final Soube a nada e a pouco. Foto: India - Maaria Antónia Bueno (olhares.aeiou.pt)

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )