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SOU A PAUSA E O MOVIMENTO

Fico balançando entre o ir e o ficar
Meu movimento espalha-se, imóvel estátua
Não quero conhecer desta doença a causa
Fico ou vou, vivo a minha pausa
Imerso nesta sombra, calor de frágua
Papel, caneta, livros, lápis, horizontes
Descanso à sombra dos seus nomes
Enquanto a luz da minha janela pulsa
Barcos, marés, espaços, ar, terra e pontes
Na minha própria transparência
Leio a minha sílaba invariável que sangra
Qual cena de teatro espectral de essência
De colar de única e negra missanga
Observo-me no meu espaço
E o meu momento espalha-se, imóvel
Na ligeireza de um traço
Numa cena de teatro confusa de medos
Não revelo os meus segredos
Fico ou vou? Sou a pausa

Comentários

Anónimo disse…
Para que a música possa soar e que o movimento aconteça ritmado, a pausa é imprescindível.

Bjinhos

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AUREA- I Didn't Mean It (Lyrics)

VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )