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POEMA DO UNIVERSO


Na praia à noite sozinha embala a tempestade
Como uma mãe que agita no seu colo
Para cá e para lá o canto da sua canção de verdade
Soneto do mundo, o seu protocolo
E canta para o seu rebento esta canção
Todas as esferas, cultivadas, não cultivadas, pequenas, grandes, sol, luas, planetas
Todas as distâncias de tempo, todas as formas inanimadas
Todas as almas, todos os corpos vivos, as borboletas
Todos os processos gasosos, aquosos, vegetais, minerais, os peixes
Todas as nações, cores, barbaridades, civilizações, a língua
Todos os escuros, os claros, as luzes e os feixes
Toda a identidade que existiu ou pode existir neste globo à míngua
Todas as vidas e mortes, todo o passado, o presente e o futuro
Todas as venturas, aventuras e desventuras
De um universo sempre prematuro
Foto: Brilha como o sol - João Viegas (olhares.aeiou.pt)

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VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )