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NAS MEMÓRIAS DO NOSSO FUTURO


Carregamos em nós a nossa memória
Sentimos a nossa própria dor
Contamos em nós a nossa história
Somos do nosso presente, o próprio autor
Vivemos em nós o nosso discurso
Erguemos a nossa voz
Gritamos o nosso percurso
Enquanto o futuro chega veloz
Corre veloz à nossa frente
Quase impossível de alcançar
Quando quase lhe passamos rente
Está novamente o passado a chegar
E assim nesta dança de tempos verbais
Ao ritmo de um pretérito sempre imperfeito
Passado, presente e futuro
Vivem em choque constante
Sem qualquer preconceito.



Foto: Chamo-te - Maria José Amorim (olhares.aeiou.pt)

Comentários

Anónimo disse…
Belo!

Ás vezes vivemos tão preocupados com o amanhã, que esquecemos de viver dia de hoje. Quando deixamos de viver o presente, por estarmos presos ao passado ou demasiado preocupados com o futuro,lá se vai a vida num instante...:)
Lúcia Machado disse…
Raul,

Estive por uns dias "ausente" deste cantinho...

E estou encantada com estes ultimos 3 poemas que ainda não tinha lido :)

São mt emotivos...
Adorei (como sempre)

Beijinho grande ;)

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AUREA- I Didn't Mean It (Lyrics)

VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )