Adormeci hoje a pensar que acordava daqui a uns anos Num apeadeiro nas crateras da Lua Onde das estrelas caíam palavras Que faziam um texto de uma frase nua Onde, no Mar da Tranquilidade As pessoas perdiam a idade Onde não se criavam raízes E podiam ser eternamente felizes Onde por entre naves espaciais Voavam borboletas e flores magistrais Pássaros Fénix imortais E aí esperava por ti Da tua carreira regular de Vénus Com escala breve por aqui Fato espacial branco cru Por cima de um corpo nu Olhaste e vieste a mim Onde os semáforos espaciais eram folhas de plátano Que só mudavam de cor nas estações siderais Onde o tempo era imponderável Mas o solo pouco arável E por isso as flores cresciam no ar sem ar E não podiam parar a idade Nem a força da gravidade Foste breve no olhar mas lenta no respirar Rarefeito o ar e o teu escutar Tinhas pressa do espaço e da sua arte Das velocidades de anos-luz Dos cruzamentos com Marte De um voo espacial nocturno Com passagem ...