Há uma poesia de África nos meus sonhos
Um travo de catinga, gérberas e capim
É do calor que acho falta
E se pudesse rodar a Terra
Voltar a escrever o folhetim
Estaria aí à janela
Cidadão de corpo e alma
Cidadão da cidadela
E se soubesse que voando
Alcançava o que desejo
Seria Kuanza e não Tejo
Seria abraço e não beijo
Impala e não caranguejo
Há uma poesia de África nos meus olhos
Um cheiro húmido de restolho de savana
Um pôr-do-sol onde descanso
Das minhas palavras
A cama
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