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VERSO E REVERSO


Se eu fosse um verso

Seria com certeza um verso do inverso

Escrito de trás prá frente

Ou visto á lupa e á lente

Se eu fosse um verso

Teria que ter uma poesia para nadar

Uma frase para rimar

Um texto, um mar pra navegar

Se eu fosse um verso

Podia rimar com várias poesias

Uma nova todos os dias

Se eu fosse um verso

Só, apenas, um simples verso

Monossilábico, mesmo do inverso

Seria a só a palavra
Que a poesia do verso

Quisesse

Que fosse

Se eu fosse um verso seria um pássaro

Que faz das frases ramos

E das poesias enganos

Se eu fosse um verso

Seria eu verso

Mesmo do inverso

Seria meu

E nenhuma poesia reclamaria

É meu

Mas era se fosse um verso

Como não sou verso nem do inverso

Sou apenas o inverso do verso

Sou o reverso

Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira (olhares.aeiou.pt)

Comentários

sorte disse…
pura poesia!!
simplesmente poesia...
é um encanto passar por aqui.
abraço e Bom Dia!!
Lúcia Machado disse…
Continuas em grande forma...
Desculpa a "ausência" mas, precisei deste tempo de reflexão...
Beijinho grande e não te esqueço, amigo poeta... :)
Lúcia Machado disse…
Continuas em grande forma...
Desculpa a "ausência" mas, precisei deste tempo de reflexão...
Beijinho grande e não te esqueço, amigo poeta... :)
Estar aqui presente
Com estas palavras
Luzentes brilhantes…
É como flutuar
Em águas calmas
E no fundo ver diamantes

Um bom fim-de-semana
Inundado de paz…

O eterno abraço…

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ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )

ETERNA SUBSTÂNCIA

Como amo? Deixando de contar Os caminhos de ida e regresso Amo em profundidade, largura e altura Das medidas de amar desperdiço o excesso A minha alma pode amar até longe da vista Á luz do sol e á luz da vela Amo livremente Da forma especial Como os homens se esforçam por amar Amo com a paixão de amar Nas minhas velhas penas E com a fé da minha infância Procuro nas medidas de amor A eterna substância O sumo de polpa de uma alma e de um corpo Que se derrete mansinho Nos versos de um piropo Foto: Day after Yesterday - Neurotic Vision ( olhares.aeiou.pt )