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ETERNA SUBSTÂNCIA


Como amo?
Deixando de contar
Os caminhos de ida e regresso
Amo em profundidade, largura e altura
Das medidas de amar desperdiço o excesso
A minha alma pode amar até longe da vista
Á luz do sol e á luz da vela
Amo livremente
Da forma especial
Como os homens se esforçam por amar
Amo com a paixão de amar
Nas minhas velhas penas
E com a fé da minha infância
Procuro nas medidas de amor
A eterna substância
O sumo de polpa de uma alma e de um corpo
Que se derrete mansinho
Nos versos de um piropo

Foto: Day after Yesterday - Neurotic Vision (olhares.aeiou.pt)

Comentários

Lúcia Machado disse…
Olá, amigo :)

Desculpa esta minha "ausência"
Ando entre as aulas, exames e trabalho...

tenho menos tempo para escrever, assim como para andar por aqui...

Mas, sempre que posso, venho-te fazer uma visita e deliciar-me nas tuas palavras ;)

Beijinho grande

Gostei mt deste poema :)
Ai e Tal... disse…
Das medidas de amar desperdiço o excesso

O que é excesso, é erro...

Amo com a paixão de amar
Nas minhas velhas penas
E com a fé da minha infância

Amas com a sabedoria da idade, e com a ansia de uma criança... :)

Adorei... :) ***MUAH***

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VERSO E REVERSO

Se eu fosse um verso Seria com certeza um verso do inverso Escrito de trás prá frente Ou visto á lupa e á lente Se eu fosse um verso Teria que ter uma poesia para nadar Uma frase para rimar Um texto, um mar pra navegar Se eu fosse um verso Podia rimar com várias poesias Uma nova todos os dias Se eu fosse um verso Só, apenas, um simples verso Monossilábico, mesmo do inverso Seria a só a palavra Que a poesia do verso Quisesse Que fosse Se eu fosse um verso seria um pássaro Que faz das frases ramos E das poesias enganos Se eu fosse um verso Seria eu verso Mesmo do inverso Seria meu E nenhuma poesia reclamaria É meu Mas era se fosse um verso Como não sou verso nem do inverso Sou apenas o inverso do verso Sou o reverso Foto: Rodinhas1. - Ed Ferreira ( olhares.aeiou.pt )

ESSA ESTANTE DE ENCANTOS

Entre ir e vir Da minha estante de encantos Não sei… Talvez quisesse despir-te a alma Duplicar-te com os olhos Olhar-te deliciado com o pensamento Beber esse néctar ao relento Talvez pensasse no teu perfume Colhido no alvor da manhã Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume E me apetecesse subir ao cume E gritar baixinho… Olho-te a todo o instante Vejo-te bailarina nos meus dedos Confidente dos meus segredos Talvez eu esteja aí Despido de nudez à tua cabeceira Explorando com os olhos A colina e a ladeira Talvez entre ir e vir Fossem precisos dias e noites duplicados Invernos secos e Verões molhados Primaveras sem flores e Outonos em Maio E mesmo assim talvez Não chegasse outra vida Para te conhecer outra vez Foto: s/t - José Lopes ( olhares.aeiou.pt )